CDU chama director pedagógico ao Parlamento Regional para esclarecer a falta de condições de habitabilidade e a exploração praticada sobre os alunos da Escola Hoteleira
A CDU este hoje junto à Escola Hoteleira a contactar com os alunos para se inteirar da realidade vivida neste estabelecimento de ensino e para apresentar uma proposta de audição parlamentar sobre a falta de condições de habitabilidade e a exploração praticada sobre os alunos da Escola Hoteleira.
No decurso da iniciativa do deputado Ricardo Lume proferiu a seguinte declaração:
A CDU ao longo dos últimos anos tem vindo a denunciar desde a entrega da escola Hoteleira a uma gestão privada tem denunciado a redução da qualidade formativa assim com a degradação das infraestruturas desta unidade formativa.
Ao longo dos últimos dias tem vindo a público a forma pouco digna que a Escola Hoteleira da Madeira está a tratar os seus alunos provenientes de São Tomé e Príncipe.
Um grupo de funcionários da Escola Hoteleira denunciou na passada sexta-feira que os alunos são-tomenses que frequentam a Escola Hoteleira “têm sido alvo de escravatura nos últimos tempos” e de “ameaças terríveis por parte do director pedagógico”.
Foi referido ainda na notícia que o director faz acordos com vários hotéis que dão alojamento aos alunos, mas que em contrapartida querem exigir que trabalhem também ao fim-de-semana havendo alunos que trabalham das 07h00 às 22h00.
Foi aludido também que os alunos que pernoitam na Escola Hoteleira “não têm condições para ficar ali alojados” pois “há vidros partidos e portas sem fechaduras e “eles não têm cobertores suficientes para se abafar em muitos deles admitem passar frio”.
Ontem dia 27 de março os cerca de 70 alunos são-tomenses manifestaram-se contra as condições oferecidas pela a Escola Hoteleira nomeadamente condições de alojamento, falta de alimentos ou horários que consideram de “escravatura”.
Esta situação de falta de condições na Escola Hoteleira acontece desde o momento em que foi entregue a uma gestão privada, mas tão ou mais grave que a falta de condições físicas e materiais é a denuncia de exploração do trabalho dos alunos.
Numa altura em que se fala que o sector da hotelaria está em franco crescimento existir praticas laborais que se assemelham à escravatura é uma situação deplorável.
Perante os factos referido a CDU entregou ontem um requerimento na Assembleia Regional para a realização de uma Audição Parlamentar com a presença do director pedagógico da Escola Hoteleira com os seguintes objectivos:
1- Identificar as reais condições de alojamento e alimentação dos alunos são-tomenses que estudam na Escola Hoteleira;
2- Identificar se existe práticas de trabalho ilegal e mal remunerado perpetradas sobre os alunos da Escola Hoteleira com a conivência da Administração da Escola.