A CDU realizou hoje no Funchal um almoço/comício em que esteve em análise a atual situação política regional, tendo o coordenador regional, Edgar Silva, apontado para a necessidade de outro rumo para a Região Autónoma da Madeira, em alternativa ao desgoverno reinante.
Ao intervir no almoço/comício, disse Edgar Silva: «A atual situação política nesta Região está condicionada pelo desgoverno. Desgoverno não quer dizer falta de governo. Aliás, há décadas que impera a mesma governação nesta terra. O desgoverno, sim, é o resultado do agravamento de profundos problemas que afetam o desenvolvimento regional».
De acordo com Edgar Silva, «PSD e CDS tentam fazer crer que só não se resolvem os problemas desta Região porque outros partidos não lhes dão as condições e o apoio, como se antes, com maioria absoluta, os problemas aí enraizados não se tivessem acumulado sem resolução».
Para a CDU, «outros partidos alimentam aquela manhosa vitimização, tão favorável a quem está no poder. Outros partidos caem naquela armadilha e mais não fazem, no Parlamento e fora dele, do que dizer que tudo se resolveria se, por um passe de mágica, apenas fosse substituído o Presidente do Governo. Em vez da proposta de outro rumo e de outra política, limitam-se a exigir a substituição de Miguel Albuquerque, como se o velho programa de governo e as velhas políticas ganhassem súbita bondade se outro fosse o inquilino na Quinta Vigia».
Disse ainda Edgar Silva que «os governantes, de mãos dadas com uma suposta oposição, agigantam o argumento da instabilidade política, encenam divergências, que não vão além da dança das cadeiras, esquecendo que desestabilizador é o agravamento das condições de vida da população trabalhadora».
Para Edgar Silva, «não é por falta de programa de governo, não é por falta de orçamento, nem é pela falta de meios financeiros, não é a invocada “instabilidade política”, nem o atual quadro político que não criam condições para o Governo resolver os problemas políticos e sociais que a Região vive».
Usou também da palavra, em nome da Juventude CDU, Tobias Freire, que abordou a importância «da luta pela habitação, da defesa da escola pública e pelo direito à educação», assim como pelo trabalho com direitos, sem vínculos precários, reivindicações que se identificam com os principais problemas da juventude.
Desta iniciativa política da CDU, que reuniu cerca de 200 participantes, resulta uma ideia central expressa por Edgar Silva: «É necessário criar uma frente social e política suficientemente forte para conduzir a uma modificação desta política, para conduzir a uma alternativa que tenha em conta os interesses do povo e as suas justas reivindicações».