A candidatura da CDU às próximas Eleições Legislativas nacionais desenvolveu hoje iniciativas de campanha eleitoral junto dos trabalhadores nas empresas e locais de trabalho.
Em declarações à Comunicação Social, disse Silvia Vasconcelos: «A CDU esteve hoje em diferentes empresas, para assinalar a importância do trabalho na vida de cada um de nós e na sociedade. Todo e qualquer trabalho é um contributo para o desenvolvimento socioeconómico da sociedade e tem de ser, indubitavelmente, valorizado e dignificado. Pelo contrário, o que se tem assistido em Portugal é a um ataque sucessivo aos direitos e dignidade de quem trabalha, o que se agravou com a política de Passos Coelho e a Troika, mas que não foi revertido com o executivo do PS, posteriormente».
De acordo com Sílvia Vasconcelos, estamos num tempo de retrocessos em relação aos direitos de quem trabalha: «Foram feitas alterações na Lei laboral, negativas e perigosas, que tiveram a legitimidade do PSD/CDS e do PS, comprometendo o princípio mais favorável para o trabalhador e a contratação colectiva, por exemplo».
A candidata da CDU sublinhou a centralidade do trabalho e das condições de trabalho: «O trabalho, depois da nossa família e demais componente pessoal, é a "nossa 2ª casa", onde, por vezes, passamos a maior parte do nosso tempo diário e por tal, tem de ser um lugar de conforto e de acolhimento, cujo bem-estar se repercutirá nas empresas, na produtividade das empresas e no desenvolvimento social e económico do país».
Silvia Vasconcelos evidenciou a importância que a CDU atribui ao factor trabalho: «A luta pela dignificação do trabalho é uma marca distintiva da CDU, e particularmente do PCP, desde há 103 anos, comemorados hoje».
Neste contexto de uma iniciativa da campanha eleitoral, Sílvia Vasconcelos indicou algumas das propostas da CDU em relação à defesa dos direitos de quem trabalha: «Propomo-nos, no âmbito desta candidatura, continuar a debatermo-nos na AR, por:
- Combate à precaridade laboral, defendendo que a cada posto de trabalho deve corresponder uma necessidade permanente e o período experimental deve ser reduzido;
- Aumento do salário para o sector público e privado de pelo menos 150 euros;
- Valorização de todas as carreiras e profissões, incluindo as tuteladas pela República e que exercem na RAM como os Oficiais de justiça, os agentes da PSP; PJ; GNR; Guardas prisionais, trabalhadores da CGD e de outros serviços não regionalizados. Há que assegurar para todos o subsídio de insularidade e no caso das profissões de risco, a atribuição de um subsídio de risco para todos. Por outro lado, há tornar estas carreiras atractivas, sobretudo tendo em conta que começam a faltar preocupantemente profissionais nestes serviços, onde a média de idade é elevada e muitos dos quadros estão à beira da reforma.
- 35 horas de trabalho para todos os trabalhadores do sector público e privado;
- Acabar com o SIADAP e outros sistemas de avaliação injustos, nomeadamente para os professores; para estes, é justa a reposição e contagem integral do tempo de serviço para todos e propor a sua vinculação para os 3 anos e não para 5;
- Combate à desregulação dos horários de trabalho e compensar (e limitar) o trabalho por turnos;
- Reformas antecipadas para trabalhadores de profissões de maior desgaste físico e psicológico, como a dos bombeiros, entre outras; reformas sem penalizações aos 40 anos de serviço e repor a idade de reforma para todos os trabalhadores aos 65 anos, aumentando-as já este ano no mínimo em 70 euros.
- Majorar a remuneração de médicos e enfermeiros em pelo menos 50% da sua remuneração, por forma a fixar estes profissionais no SNS, de forma exclusiva, a par de outros incentivos como a majoração do seu tempo de serviço em 25%;
- Valorização de todas as carreiras e profissões;
- Aumento do salário mínimo para 1000 euros, já este ano e do salário médio, em convergência com a zona euro;
- Aumentar a prestação social para inclusão em pelo menos 70 euros, pago em 14 meses e alargar as condições de acesso a esta prestação;
- Assegurar os direitos de trabalho aos trabalhadores emigrantes que são direitos iguais aos de todos! É pelo trabalho que ocorrerá a plena integração dos emigrantes na sociedade portuguesa;
- Acabar com a caducidade da contratação colectiva».
A cabeça de lista da CDU apresentou propostas concretas que dão fundamento, para além do trabalho político realizado ao longo do ano com os trabalhadores, daquela que é a centralidade do trabalho e da defesa dos direitos dos trabalhadores para esta candidatura e para o seu projeto de alternativa política.