O PCP dando continuidade na Região à campanha “Basta de conversa! Aumentar salários e pensões” realizou ao longo do dia um conjunto de acções de contacto com trabalhadores do sector da hotelaria, onde foi possível constatar a contradição que existem entre o aumento dos lucros dos empresários do sector com a degradação das condições de trabalho, o aumento da precariedade laboral e dos baixos salários dos trabalhadores do sector da hotelaria e similares
Junto a uma das unidades hoteleiras em que os dirigentes e ativistas do PCP contactaram com os trabalhadores, Ricardo Lume denunciou que «O Governo de Miguel Albuquerque é cúmplice dos que lucram com a precariedade laboral e com os baixos salários.
Um exemplo claro desta realidade é o que se passa no sector da hotelaria e similares onde cada dia que passa a exploração dos trabalhadores é cada vez mais brutal.
Ritmos de trabalhos acelerados, horários desregulados e repartidos, contratos precários, uso abusivo de empresas de prestação de serviço e baixos salários, é a realidade laboral um sector de actividade com proveitos recorde, mas que não valoriza quem trabalha.
Hoje no sector da hotelaria o custo com o pessoal representa menos de 24% do total dos proveitos do sector, a instabilidade laboral é uma realidade apesar de as entidades patronais dizerem que faltam trabalhadores no sector.
Se dizem que faltam trabalhadores no sector por que razão não valorizam os salários, cumprindo assim a lei da oferta e da procura?
Se dizem que faltam trabalhadores no sector da hotelaria por que razão não garantem melhores condições de trabalho?
Se dizem que faltam trabalhadores por que razão uma parte significativa dos funcionários têm um vínculo precários e só no mês de setembro 117 trabalhadores do sector da hotelaria e similares engrossaram as listas do desemprego por que o seu contrato temporário não foi renovado?
Em jeito de conclusão Ricardo Lume afirmou que «este modelo de desenvolvimento baseado na precariedade e instabilidade laboral, é uma opção política do Governo Regional de Miguel Albuquerque que beneficia apenas aqueles que lucram com a exploração de quem trabalha.
Na Madeira ao contrário do que os governantes vaticinam não existe paz social, existe sim repressão laboral, existe sim chantagem sobre dezenas de milhares de trabalhadores que estão confrontados com a perda do sustento das suas famílias pois não conseguem sair do “emaranhado” de precariedade e instabilidade laboral que a política laboral do PSD e do CDS criaram, para permitir aos senhorios da Região continuar a explorar quem vive da sua força de trabalho.
Basta de conversa, é necessário implementar na Região uma política alternativa que garanta a valorização do trabalho, dos trabalhadores e das suas remunerações e que garanta que a cada necessidade de trabalho permanente represente um vínculo laboral efectivo.»