A CDU realizou hoje no Porto do Funchal uma iniciativa sobre a fraude política na prometida ligação marítima de passageiros entre a Madeira e o continente português.
Nesta iniciativa, o Coordenador Regional, Edgar Silva, afirmou que «o insucesso na concretização da ligação marítima de passageiros entre esta Região e o continente constitui uma das maiores fraudes políticas. É um fracasso das políticas de desenvolvimento regional».
De acordo com Edgar Silva, «uma das grandes aspirações da população desta Região é a existência de uma ligação marítima de passageiros entre a Madeira e o continente português durante todo o ano, realidade que tem sido constantemente inviabilizada pelos governos da República e da Região, do PS e do PSD, em prejuízo das populações e em benefício do grupo económico que domina as ligações marítimas de mercadoria na Região, do mesmo modo que controla as operações portuárias».
Sobre a caricata situação que se verifica na Madeira em tudo quanto se relaciona com o transporte marítimo de passageiros, disse Edgar Silva: «Só o dito “povo superior” da propaganda “jardinista” consegue a façanha de ter direito a um subsídio público para o transporte marítimo de passageiros quando não existe barco para que aquele direito possa ser exercido. Tal como noutras áreas da vida, temos muitos direitos que não passam do papel».
Como refere a CDU, «a “ligação Ferry” de passageiros e mercadorias Canárias-Madeira-Portimão, que foi uma realidade entre o ano de 2008 e 2012, e correspondeu a uma evolução muito positiva na efetivação da mobilidade dos residentes nestas ilhas, também permitiu intensificar as relações económicas com Canárias, com o Algarve e Sul de Espanha. Esta ligação marítima tornou-se um estorvo político, porque colocou em causa o predomínio e o controlo do sector do transporte marítimo por parte do “Grupo Sousa”, e só por isso o Governo Regional tudo fez para afastar o armador canariano, “Armas”, da nossa Região».
A concluir, afirmou Edgar Silva: «a ligação de passageiros para o continente através de barco é um direito que não pode apenas ficar no papel. Está em causa um eixo fundamental do direito à mobilidade no interior do território nacional e, também por isso, constitui um vetor fundamental ao desenvolvimento e à coesão económica e social. Portanto, a CDU não desistirá desta batalha política».