O PCP realizou uma acção de contacto com a população no centro do Funchal para apresentar um conjunto de propostas que vai apresentar na Assembleia da República para defender o direito à habitação.
No decurso da acção política o deputado Ricardo Lume proferiu a seguinte declaração:
«No centro das preocupações das famílias está, entre outros, o problema da habitação e, em particular, o significativo aumento das taxas de juro e das prestações do crédito à habitação e a perspetiva da continuação destes aumentos.
A manter-se o aumento das taxas de juro milhares de famílias podem vir a ser colocadas, a breve prazo, numa situação em que não conseguem suportar o pagamento das prestações do crédito bancário, ficando ameaçadas de perder a sua habitação.
Enquanto as prestações não param de aumentar, os bancos têm cada vez mais lucros, os quatro maiores Bancos Privados de Portugal lucraram em 2022 1891 milhões de euros, mais 81% do que tinham lucrado em 2021.
As pessoas não podem ficar sem a sua casa ou ter de escolher entre comer ou pagar a prestação, que garante lucros fabulosos à Banca.
Para defender o direito à habitação, o PCP leva amanhã, dia 15 de fevereiro à Assembleia da República as seguintes soluções:
- travar a subida das prestações das famílias e por os lucos dos bancos a suportar as subidas das taxas de juro;
- fixar o limite máximo da prestação em 35% do rendimento mensal do agregado familiar;
- criar uma moratória, por um máximo de 2 anos, suspendendo a amortização do capital e pagando juros apenas a uma taxa igual àquela a que os bancos se financiam;
- conversão do crédito em arrendamento com possibilidade de retoma do empréstimo no prazo de 10 anos, descontando as rendas pagas.»