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Categoria: Iniciativas Políticas
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Na Câmara Municipal do Funchal, no seio da coligação de partidos (PS, PND, PTP, MPT, BE e PAN) que a 29 de Setembro de 2013 foi sufragada para presidir aos destinos do Município do Funchal, estalou uma profunda crise, cujo despoletar teve origem na decisão do Presidente da Câmara Municipal do Funchal em avocar os pelouros que haviam sido atribuídos ao Vereador Gil Canha e que, segundo explicação pública do próprio Presidente, ficou a dever-se ao facto de não ser possível “ter uma Câmara bloqueada, uma Câmara que não fosse facilitadora e promotora de oportunidades”, com todas as análises e conclusões que se possam extrair dessa afirmação.

Para a CDU, esta situação e os desenvolvimentos que, a uma velocidade vertiginosa têm vindo a suceder-se, incluindo a decisão, por parte da Vice-Presidente Filipa Jardim Fernandes e do Vereador José Edgar Marques da Silva, de “devolver” os pelouros que lhes haviam sido atribuídos, vem confirmar aquela que era a análise da CDU, as objecções e a percepção clara que uma coligação deste género, envolvendo partidos de espectros políticos profundamente contraditórios entre si, sem projecto comum e presos a interesses diversificados e até divergentes, pouca ou nenhuma consistência e sentido de coesão apresentariam para governar o Município do Funchal.

 

A crise despoletada e cujo desfecho não é ainda suficientemente claro, arrasta consigo o perigo evidente da ingovernabilidade da cidade, do bloqueio da normal actividade municipal, do adiamento da implementação e aplicação de medidas e projectos essenciais para o desenvolvimento, para as populações, para a actividade económica, o bem-estar e qualidade de vida gerais. As populações e as diferentes dinâmicas sociais não podem ficar reféns de desentendimentos entre pares, da falta de coesão e de unidade na direcção e na actuação necessárias e essenciais para garantir o cumprimento dos direitos e a concretização de um conjunto de questões com implicação directa no dia-a-dia dos munícipes.

Seja qual for a solução que venha a ser encontrada, o facto é que a actual coligação que governa o concelho ficará inevitavelmente fragilizada, e nada garante que novas dissidências e conflitos não possam repetir-se no futuro.

As consequências negativas e profundamente penalizadoras que o cenário de desgoverno e insustentabilidade criado por uma coligação que, passados que são pouco mais de 6 meses, demonstra claros sinais de inexistência de elementos de coesão e de falta de competência e preparação para garantir a sustentabilidade da governação daquele que é o maior município da Região Autónoma da Madeira, deverão ser devidamente assacadas ao conjunto das forças políticas que a constituem e, em particular, ao Partido Socialista.

O que esta situação revela e a curta governação da cidade do Funchal demonstra, é que a resposta séria e coerente aos problemas das populações e dos trabalhadores da Região Autónoma da Madeira não se compadece com projectos norteados pela mera ambição de poder e por uma total ausência de coerência de que é prova uma aliança que é hegemonizada pelo PS, que junta da extrema direita à esquerda, o que torna ainda mais actual e decisivo o papel da CDU, a sua competência e projecto claro, como condição para uma alternativa em defesa das populações e dos trabalhadores da Madeira e do Porto Santo.

Funchal, 15 de Maio de 2014