CDU-Madeira

«O "nosso" Lido

Enfim, nesta Ilha, para o cidadão comum, é difícil desfrutar do mar em dias de muito calor

Nelson Veríssimo

    Os frequentadores habituais do Lido, em especial, os de quase todo o ano, foram obrigados a mudar para a Ponta Gorda, mas ainda não conseguiram se ambientar totalmente.

No Lido, cada um ou cada grupo tinha o seu "canto". Na Ponta Gorda, é tudo a monte, sobretudo nos dias de grande afluência. E a situação agrava-se com a presença de numerosos grupos dos ATL ou de colónias de férias que, com natural agitação, invadem as piscinas e tudo quanto é espaço passível de estender uma toalha.

Enfim, nesta Ilha, para o cidadão comum, é difícil desfrutar do mar em dias de muito calor.

O Complexo Balnear do Lido constituía marca de referência, tanto para portugueses como para estrangeiros. Mesmo hospedados em hotéis com piscinas, muitos turistas frequentavam o Lido, pela qualidade e beleza do espaço.

Na verdade, o Lido possui localização privilegiada e, ali, o mar é inconfundível, senão único. Além disso, beneficia da fama de quase oito décadas. A diversas gerações, possibilitou o prazer excepcional da praia, com segurança e conforto.

Lugar de memórias e da memória, o Lido cativa e atrai. Para alguns, seria uma espécie de quintal de vivenda abastada, onde, quase todos os dias, apanhavam sol, nadavam, tomavam café, liam, punham a conversa em dia ou até jogavam às cartas.

Hoje, as ruínas da piscina lodacenta são uma imagem desoladora, um cenário de um vulgar filme de terror, com repercussões negativas para o restaurante e a esplanada ali existentes e, em particular, para a Madeira como destino turístico.

Compreende-se que haja outras prioridades, com respeito aos graves prejuízos do último Inverno. Incontestavelmente, é mais urgente garantir casas aos desalojados da aluvião ou restabelecer uma ligação rodoviária do que reconstruir a piscina do Lido.

Contudo, em termos turísticos, o Lido representa muito. Não é só o complexo balnear, mas também toda a sua envolvente. Trata-se de uma zona vital da actividade turística. Todos os dias, passam por ali muitas pessoas e a imagem de destruição e abandono, que retêm e registam, poderá ter efeitos negativos naquela que é a melhor promoção de uma terra: a palavra transmitida de boca em boca.

Assim sendo, não se compreende como a destruição da piscina e outros equipamentos, provocada pelas intempéries do Inverno passado, ditou um certo desinteresse ou, porventura, desleixo por aquela zona, desde as instalações sanitárias ao Passeio Público Marítimo.

Quem quiser se certificar do que afirmo, passe por lá e, por exemplo, leia as inscrições em inglês nas paredes das instalações sanitárias. Constate também que o parque infantil está demasiado sujo, embora as crianças contribuam, todos os dias e de livre vontade, para a sua limpeza, em especial, quando deslizam no escorrega. Poderá ainda contemplar várias palmeiras secas, o mau estado dos jardins e experimentar o sistema de rega automática que agora contempla os transeuntes com um mini-duche gratuito. Mas vá de dia, porque, pela noite, quase não há iluminação eléctrica, na parte inicial do passeio do Lido e noutras zonas. Incrivelmente, até com as noites estivais os campos de jogos perderam a habitual animação. O Lido apagou-se.

Mesmo sem funcionar como complexo balnear, a imagem do Lido poderia e deveria ser melhorada. Todos beneficiariam com isso.» 

DN, 01/08/2010


Boletim Informativo

avancamoslutandosite

Campanha "Alternativa a Sério"

alternativa

IX Congresso Regional do PCP

avancamoslutandosite2

ATENÇÃO

Este site não está optimizado para o Internet Explorer 6.

firefoz