Congresso da Cidade - Funchal, 25 de Julho de 2009 Urge pensar a Cidade enquanto todo orgânico. É na cidade que se concentram a maior parte das populações. É onde vivem as pessoas, onde passam a maior parte do seu tempo, onde trabalham, circulam e convivem quotidianamente, ao longo da vida. |
As cidades mudam mais depressa que o coração dos seus habitantes, afirmava Baudelaire em meados do séc. XIX. É esse organismo vivo e extremamente delicado que é uma cidade quem justifica a realização do "Congresso da Cidade". É do Funchal que queremos falar, da relação com a Cidade, espaço (nosso) de circulação e de vivência, dos seus conflitos, espaço onde somos chamados a agir e interagir, encontro de "mundos", lugar de convergências, chão de tantas coordenadas desordenadas... Politicamente, as cidades têm ficado prisioneiras dos interesses especulativos e financeiros perante a passividade, o compadrio, senão mesmo a corrupção da Administração. Por isso, as cidades vêm perdendo cada vez mais a sua capacidade de intervenção para solucionar os seus graves problemas de desenvolvimento humano. Problemas que a actual crise mundial põe em evidência, com crescentes manchas de pobreza e de exclusão, fruto do desemprego e da quebra de rendimento das famílias. Na Cidade convergem todas as crises: a económica, a ambiental, a energética, a social, a cultural. Com a crescente urbanização, a complexidade das cidades está a transformar-se num dos mais exigentes desafios político-administrativos do novo milénio. É já ponto assente hoje que a gestão dessa complexidade exige uma nova cultura política e uma nova institucionalidade. É este o desafio colocado à cidade do Funchal. O debate sobre o papel das cidades na construção de uma democracia avançada é da maior importância e actualidade. As cidades podem tornar-se num espaço de reinvenção da Democracia. Como tarefa ética e política, a Cidade é o lugar privilegiado de inclusão social imediata e de exercício da cidadania. A acção política nas cidades é um importante e incontornável ponto de partida neste processo. Pela partilha da informação e da responsabilidade pelas decisões, poderá tornar-se politicamente controlável a gestão das cidades e um travão à cidadania expropriada. Neste sentido, a apropriação das cidades por parte das populações pode ser o berço de uma mudança global. Implica novos mecanismos de construção da cidadania. Exige uma nova "cultura de proximidade" e de complementariedade entre cidadãos e governantes. Na complexidade do desenho dinâmico da Cidade, queremos reflectir, discutir, debater a cidade do Funchal e os seus desafios. Queremos que o "Congresso da Cidade" corresponda a uma afirmação da cidadania activa e se constitua num acontecimento participativo. Do "Congresso da Cidade" resultarão contributos relevantes para a configuração de um documento de compromissos da CDU - a Carta Magna da Cidade do Funchal - que perspective as grandes linhas orientadoras e estratégicas para a mudança e a ruptura que urge fazer. Congresso da Cidade - informações sobre o seu funcionamento - Data: 25 de Julho de 2009 - Local: "Sala Sextante" do Hotel Porto Santa Maria (Avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses, nº 50, na Zona Velha da cidade); - Horário: - 1ª sessão: das 10h00 às 12h30; - Intervalo para almoço: das 12h30 às 14h30; - 2ª sessão: das 14h30 às 17h00; - Sessão de encerramento: 17h30, com a apresentação do documento de conclusões do Congresso
Funchal, 23 de Julho de 2009 A CDU/M |